Respiração oral: causas e tratamentos
- Instituto Neuralis
- 21 de jan.
- 3 min de leitura
Atualizado: 27 de jan.
A respiração é uma função vital que, idealmente, ocorre pelo nariz, permitindo a filtração, umidificação e aquecimento do ar antes de chegar aos pulmões. No entanto, algumas pessoas desenvolvem o hábito de respirar pela boca, conhecido como respiração oral. Essa prática pode levar a diversas complicações de saúde, desde problemas no crescimento da face, alterações dentárias até distúrbios do sono. Compreender as causas e os tratamentos da respiração oral é fundamental para promover uma melhor qualidade de vida.
Causas da respiração oral
A respiração oral pode ser desencadeada por diversos fatores, que podem ser classificados em obstrutivos e funcionais.
Fatores obstrutivos
Obstruções nasais: condições como rinite alérgica, desvio de septo nasal, sinusite crônica e presença de pólipos nasais podem dificultar a passagem de ar pelo nariz, levando o indivíduo a respirar pela boca.
Hipertrofia de adenoides e amígdalas: o aumento dessas estruturas, especialmente em crianças, pode obstruir as vias aéreas superiores, favorecendo a respiração oral.
Fatores funcionais
Hábitos orais inadequados: uso prolongado de chupeta, sucção digital (chupar o dedo) e uso de mamadeira podem interferir no desenvolvimento adequado das estruturas orofaciais, contribuindo para a respiração oral.
Postura corporal inadequada: má postura pode influenciar a posição da mandíbula e da língua, facilitando a respiração pela boca.
Consequências da respiração oral
A respiração oral crônica pode acarretar diversas complicações:
Alterações dentofaciais: podem ocorrer maloclusões dentárias, palato ogival (alto e estreito) e alterações no crescimento facial, resultando em perfil alongado e queixo retraído.
Distúrbios do sono: a respiração oral está associada a apneia obstrutiva do sono e ronco, levando a sono de má qualidade, fadiga diurna e dificuldades de concentração.
Problemas de saúde bucal: a boca seca decorrente da respiração oral pode aumentar o risco de cáries, gengivite e mau hálito, devido à menor produção de saliva, que possui propriedades antibacterianas.
Comprometimento do desenvolvimento infantil: em crianças, a respiração oral pode afetar o desenvolvimento craniofacial, pulmonar e cardiovascular, além de aumentar o risco de infecções respiratórias.
Diagnóstico da respiração oral
O diagnóstico da respiração oral envolve uma avaliação multidisciplinar, incluindo:
Exame clínico: observação de sinais como boca aberta em repouso, lábios ressecados, olheiras e postura corporal inadequada.
Avaliação otorrinolaringológica: para identificar possíveis obstruções nasais ou alterações anatômicas.
Exame fonoaudiológico: análise das funções orofaciais, como mastigação, deglutição e fala.
Tratamentos para a respiração oral
O tratamento da respiração oral deve ser individualizado, considerando as causas subjacentes e as necessidades específicas de cada paciente. As abordagens podem incluir:
Intervenções médicas
Tratamento de condições nasais: uso de medicamentos para controlar alergias, inflamações ou infecções nasais.
Cirurgias: em casos de desvio de septo, hipertrofia de adenoides ou amígdalas, pode ser indicada intervenção cirúrgica para desobstruir as vias aéreas.
Terapia fonoaudiológica
Exercícios miofuncionais: visam fortalecer a musculatura orofacial e reeducar padrões respiratórios, promovendo a respiração nasal adequada.
Orientações posturais: correção de hábitos posturais que influenciam a respiração.
Intervenções odontológicas
Aparelhos ortodônticos: podem ser utilizados para corrigir maloclusões e alterações na arcada dentária decorrentes da respiração oral.
Dispositivos orais: em casos de apneia do sono, podem ser indicados aparelhos que auxiliam na manutenção das vias aéreas abertas durante o sono.
Conclusão
A respiração oral é uma condição que pode impactar significativamente a saúde e a qualidade de vida. Identificar suas causas e buscar tratamento adequado é essencial para prevenir complicações e promover o bem-estar. A abordagem multidisciplinar, envolvendo médicos, fonoaudiólogos e dentistas, é fundamental para o sucesso terapêutico e a reabilitação completa do paciente.
Comments