Tratamento multidisciplinar para dor neuropática: abordagens integradas para alívio eficaz
- Instituto Neuralis

- 19 de jun.
- 2 min de leitura
A dor neuropática é uma condição complexa resultante de lesões ou disfunções no sistema nervoso periférico ou central. Caracteriza-se por sensações de queimação, formigamento, choques elétricos e hipersensibilidade ao toque. Devido à sua natureza multifatorial, o tratamento eficaz da dor neuropática exige uma abordagem multidisciplinar que combine intervenções farmacológicas, físicas e psicológicas.
Compreendendo a dor neuropática
Ao contrário da dor nociceptiva, que resulta de lesões nos tecidos, a dor neuropática é causada por danos nos nervos. Condições como diabetes mellitus, herpes-zóster, esclerose múltipla e lesões traumáticas são causas comuns. Os sintomas variam, incluindo dor espontânea, alodinia (dor causada por estímulos normalmente não dolorosos) e parestesias (sensações anormais como formigamento).
Abordagem multidisciplinar no tratamento
A gestão eficaz da dor neuropática envolve a colaboração de diversos profissionais de saúde, incluindo médicos, fisioterapeutas, psicólogos e terapeutas ocupacionais. Essa abordagem integrada visa tratar não apenas os sintomas físicos, mas também os aspectos emocionais e funcionais da condição.
1. Tratamento farmacológico
Os medicamentos são frequentemente a primeira linha de tratamento. Antidepressivos tricíclicos, como a amitriptilina, e anticonvulsivantes, como a gabapentina e a pregabalina, são comumente prescritos. Esses fármacos atuam modulando a transmissão de sinais de dor no sistema nervoso. Em casos refratários, opioides de ação central podem ser considerados, embora seu uso deva ser cuidadosamente monitorado devido ao risco de dependência.
2. Fisioterapia e terapia ocupacional
A fisioterapia desempenha um papel crucial na reabilitação funcional. Técnicas como exercícios de fortalecimento, alongamento e mobilização ajudam a melhorar a função muscular e reduzir a dor. A terapia ocupacional auxilia os pacientes a adaptarem suas atividades diárias, promovendo autonomia e melhorando a qualidade de vida.
3. Intervenções psicológicas
A dor crônica pode levar a distúrbios emocionais, como ansiedade e depressão. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é eficaz na modulação da percepção da dor e no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento. O suporte psicológico é essencial para abordar os aspectos emocionais da dor neuropática.
4. Terapias complementares e neuromodulação
Além de técnicas como acupuntura, meditação e biofeedback, que auxiliam na redução do estresse e no bem-estar geral, a neuromodulação tem se destacado como uma ferramenta relevante no manejo da dor neuropática.
Métodos como a Estimulação Magnética Transcraniana Repetitiva (rTMS) e a Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (tDCS) apresentam níveis significativos de evidência na redução da dor. Essas técnicas de estimulação não invasiva modulam a excitabilidade cortical e a plasticidade neural, promovendo o alívio da dor em casos refratários aos tratamentos convencionais. Diversos estudos clínicos demonstram sua eficácia, especialmente na dor neuropática central, como em sequelas de AVC, lesões medulares e neuropatias periféricas.
Benefícios da abordagem multidisciplinar
Estudos demonstram que a abordagem multidisciplinar é mais eficaz na redução da intensidade da dor e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes com dor neuropática. A integração de diferentes modalidades terapêuticas permite um tratamento mais abrangente, abordando as múltiplas dimensões da dor.
Conclusão
A dor neuropática representa um desafio significativo na prática clínica devido à sua complexidade e impacto na vida dos pacientes. A abordagem multidisciplinar, que combina tratamentos farmacológicos, fisioterapia, intervenções psicológicas, terapias complementares e neuromodulação, oferece uma estratégia eficaz e baseada em evidências para o manejo dessa condição.
No Instituto Neuralis, estamos comprometidos em fornecer um cuidado integrado e personalizado, visando o alívio da dor e a melhoria da qualidade de vida dos nossos pacientes.



Comentários